terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As três cidras do amor




Começo já por dizer que este é um daqueles livros que deveria ser deixado na prateleira por muito tempo, ou então devia ser dado a ler a crianças do 1º ano. A minha desilusão foi notória com a sua leitura , nem recorrendo ao simbolismo das palavras o livro se tornou mais interessante. Trata-se de uma história infantil como tantas outras, com a habitual intervenção de um príncipe e de um rei.
Pela difícil e funesta leitura da obra de Yvette Centeno, cheguei a conclusão que o melhor remédio seria mudar de obra e optar por Miguel Torga e os seus “ Novos Contos da Montanha”.

Manuel






A capa


Numa primeira visualização da capa do livro “ O Fogo e as Cinzas” podemos concluir que é totalmente verde. E porquê verde? O verde em si associa-se na sua maioria à natureza, o verde escuro está associado ao masculino, à grandeza, e a virilidade.
A imagem apresentada de uma “casa sozinha” remete-nos para o isolamento, isto conjugado com a pouca vegetação leva-me a crer que se trata do Alentejo a terra exibida na capa do livro.

Esta ideia veio confirmar-se com a leitura efectuada.



O titulo ( O Fogo e as Cinzas)



O simbolismo de fogo varia conforme o seu contexto. O fogo aquece, ilumina mas também pode trazer morte e dor. Está também associado ao iniciar da vida, ao “nascer”.
Em relação a simbologia de “cinzas” , o seu uso litúrgico tem origem no antigo testamento, e simboliza dor, morte, penitência e fim. Com isto e com a leitura posterior do livro podemos concluir que a ideia de Manuel da Fonseca era em transmitir o inicio e o fim da vida Alentejana.






Manuel da Fonseca ao escrever este livro dá voz aos problemas do povo da sua terra , o Alentejo , retrata assim a vida pobre dos trabalhadores rurais e a sua luta contra injustiças. Os contos são acerca de um Alentejo rústico e em decomposição, uma terra maravilhosa mas pobre, que a pouco e pouco , vai assistindo a um progresso. As personagens são crianças, velhos e na sua maioria camponeses, alguns deles condenados a exclusão pela pobreza ou até mesmo pelo esquecimento.

Este livro permite-nos também conhecer uma parte interior do escritor, uma parte humanista e muito ligada ao mundo rural identificando sempre os problemas da “gente da sua terra” os locais onde viviam, e a pura “natureza Alentejana”.








Tal como na literatura, a pintura permite-nos também conhecer um pouco do interior dos seus autores. Podemos ligar Monet ( pintor francês) a Manuel da Fonseca , pois ambos nas suas obras retratam na sua maioria ambientes naturais e pessoas rurais e os seus comportamentos.









O melhor conto


O melhor conto tal como no “Homem do país azul” para mim é o “retrato” , retrata a historia da passagem de um jovem da juventude para a maturidade feita assim através de uma fotografia impingida pelos seus pais. Podemos ver através deste conto a importância e a dificuldade da vida dos jovens da época.





JA